O dono de um pesqueiro, de 62 anos, foi preso em flagrante no bairro Tarsila do Amaral, em Campo Grande, após "fazer um cachorro de segurança e deixá-lo 8 meses amarrado", com água suja e alimentação precária, segundo a polícia. O suspeito, que não tinha antecedentes criminais, passou por audiência de custódia nesta quinta-feira (22) e teve a liberdade provisória concedida pela Justiça.
"O pesqueiro é uma chácara, onde termina a zona urbana e começa a rural, no bairro Tarsila do Amaral. Nós recebemos a denúncia e fomos até o local. O proprietário alegou que pessoas estavam invadindo o pesqueiro para furtar peixes dos tanques, durante a madrugada. E ele então colocou o cachorro ali de segurança, com a intenção de despistar estas pessoas ou até mesmo o cachorro latir e o acordá-lo para fazer alguma intervenção", afirmou o delegado Maércio Barbosa, responsável pelas investigações.
Segundo o delegado, o cachorro ficava em uma área de mata ciliar, amarrado com um guia de cerca de 10 metros. O abrigo dele também seria uma pequena caixa d´água de amianto, improvisada pelo tutor e que deixava o animal sujeito a chuva, frio, vento, etc.

O suspeito foi levado para a cela da Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes Ambientais e Atendimento ao Turista (Decat), onde passou a noite. Na audiência de custódia, teve a fiança arbitrada em um salário mínimo. Já o cachorro foi levado para uma clínica veterinária.
"Ele foi indiciado por maus-tratos. Como teve a mudança na lei, aumentou a pena para 2 a 5 anos de reclusão. Este é o primeiro caso após a aprovação da Lei Sansão em Campo Grande", finalizou.
"Ele podia somente andar em linha reta, mesmo em uma área extensa que tem a fazenda. Nós confirmamos a veracidade da denúncia e até a água podre que ele tinha para beber, cheio de sujeira, terra e folhas, totalmente imprópria para o consumo. E o animal ficava assim, com essa restrição de liberdade 24 horas por dia", ressaltou.