Com gestão caótica, prefeito bolsonarista de Cuiabá volta atrás e pede recursos a governo Lula


Por Gabriel Gomes 

Conhecido pelos vídeos de lacração extremista nas redes sociais e provações a parlamentares de esquerda quando foi deputado federal, o prefeito bolsonarista de Cuiabá (MT) Abílio Brunini (PL) colocou a administração municipal em uma grave crise financeira, após dez meses de mandato. O prefeito, que, no início da gestão, já descartou pedir dinheiro ao governo Lula, agora diz buscar recursos juntos à União para tentar solucionar os problemas da cidade. Nesta semana, Abílio admitiu a possibilidade de decretar calamidade financeira no município pela segunda vez em 2025.

Segundo site ICL noiticias, em declarações recentes, Abílio chegou a afirmar que “Cuiabá não precisa do dinheiro do governo Lula”. A última declaração do prefeito nesse sentido ocorreu há menos de um mês, em 18 de setembro. Na ocasião, Abilio afirmou: “O município de Cuiabá, enquanto eu estiver na frente da prefeitura, não se senta com o pessoal da esquerda, porque a gente não gosta de sentar com mentiroso”.

Na última semana, após o agravamento da crise financeira da gestão municipal, o discurso mudou e Abílio Brunini admitiu que pessoas ligadas à sua administração estão buscando recursos junto ao governo federal. “Quanto ao governo federal, nós temos diversas pessoas articulando para buscar projetos e tudo mais. Nós protocolamos pedidos do novo PAC em todos os processos. Foram liberadas 4 creches para nós. Mas nós protocolamos mais de 40 projetos, e os outros não foram aprovados”, afirmou o prefeito em entrevista à imprensa na quinta-feira (9).

Situação financeira de Cuiabá

Abílio cogita a possibilidade de decretar calamidade financeira no município. A medida teria o objetivo de evitar o agravamento da situação fiscal da prefeitura, que, segundo estimativas, pode encerrar o ano com déficit de até R$ 364 milhões, sendo R$ 120 milhões somente na saúde. Ao todo a Prefeitura de Cuiabá acumula cerca de R$ 1 bilhão em déficit a curto prazo, de acordo com o gestor.

“Não está descartado [o decreto de calamidade], o que a gente está fazendo é uma contenção de despesas, tentando encaixar dentro do nosso orçamento aquilo que for possível. Sabidamente não vai fechar no zero a zero no final do ano mas nós vamos tentar coordenar ai o que a gente consegue ajustar. A saúde é a minha prioridade da gente conseguir resolver“, disse Abílio Brunini.

No dia 1° de outubro, o prefeito anunciou um decreto de alerta financeiro especificamente para a Secretaria Municipal de Saúde. Esse tipo de decreto não altera a rotina legal de contratações nem permite dispensa de licitação, como ocorre no caso de uma calamidade pública, que é um estágio mais grave.

A situação ocorre mesmo após a gestão municipal ter aberto mão da taxa do lixo, cancelado o programa de refinanciamento de dívidas (Refis) e recusado um empréstimo de mais de R$ 180 milhões já aprovado pela Câmara Municipal. Segundo apuração do “Blog do Popó”, mais de 200 trabalhadores da Limpurb foram demitidos nas últimas semanas, provocando acúmulo de lixo e sujeira em vários bairros da cidade.

Em janeiro deste ano, no terceiro dia de gestão, Abílio assinou um decreto de calamidade financeira que teve a duração de 180 dias. A medida determinava a redução de despesas em 40%, além da reavaliação de licitações e contratos. À época, a justificativa do prefeito foi a “situação fiscal deixada pela gestão anterior”.

Crédito ICL Notícias 

Foto Câmara dos Deputados 

Site segue aberto para resposta da prefeitura de Cuiabá ou da pessoa descrita no texto acima.