Nesta semana, duas cidades de Mato Grosso do Sul registraram tremores de terra. O primeiro abalo sísmico, com magnitude 2,1, ocorreu em Miranda, às 2h42 de terça-feira (26). O segundo foi quarta-feira (27) em Ladário, às 9h49, também magnitude de 2,1. Os dados divulgados pela RSB (Rede Sismográfica Brasileira) foram analisados pelo Centro de Sismologia da USP (Universidade de São Paulo).
Os abalos foram de baixa magnitude e imperceptíveis para os moradores dos dois municípios. Um tremor menor que 3,5 geralmente não é sentido, mas é gravado por sensores sismológicos. Vivendo em Miranda, distante 208 quilômetros de Campo Grande, o radialista Júlio César Silva, de 55 anos, não percebeu nada de diferente. “Também não tive nenhum relato sobre isso”, disse.
Em Ladário, distante 426 quilômetros, a protetora de animais Auxiliadora Luzia da Silva também afirmou não ter sentido o tremor. "Estava em Ladário, mas não senti", disse. "Não fiquei sabendo, nem sabia que isso existia", afirmou outra moradora, a vendedora Carla Silva.
A professora doutora Edna Maria Facincani, explicou que os sismos [liberação de energia] são muitos comuns na região e a população não precisa ficar apavorada. "É um fenômeno natural em bacias do Pantanal que estão em processo de formação", destacou.
Docente da Faculdade de Engenharias e Arquitetura e Urbanismos e Geografia da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), a professora trabalha com sismicidade do Pantanal desde 2003, há mais de 20 anos, em parceria com o instituto de geofísica da USP.
Segundo Edna Maria, os sismos que ocorreram no início desta semana, indicam que essas falhas, no qual condicionam todo processo de sedimentação da bacia, estão ativas. "Esses sismos ficaram em torno de 2, onde há pouca liberação de energia. A partir de 3 é que a pessoa começa a sentir", afirmou.
CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS