A cúpula da segurança pública de Mato Grosso do Sul volta a ser alvo de uma operação para combater a corrupção policial e o contrabando de cigarros do Paraguai. Sete mandados de prisão são cumpridos na manhã desta sexta-feira (15) em várias cidades do estado, e entre os alvos estão servidores da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), como policiais de alta patente da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul).
Todos estavam lotados com altos salários em cargos estratégicos de comando em unidades policiais na região do Cone Sul de MS, por onde a chamada ‘máfia dos cigarreiros’ teria intensificado as operações criminosas após a Operação Oiketikus, que já tinha prendido 29 servidores da Sejusp em 2018.
O esquema de corrupção continuou, segundo apontam as investigações do Gaeco, com forte participação de integrantes da Polícia Militar sul-mato-grossense para facilitar a atuação de contrabandistas de cigarro do Paraguai.
O tenente-coronel Wesley Freire de Araújo, comandante do 12º Batalhão da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, na cidade de Naviraí, a 359 quilômetros de Campo Grande, está entre os presos
Em Dourados, a casa do comandante local da PM também foi alvo de cumprimento de mandado de busca e os agentes saíram do local com vários documentos. O comandante foi levado para o batalhão de polícia da cidade e contra ele havia um mandado e prisão.
O tenente-coronel, Wesley, estaria envolvido em contrabando de cigarros.
Em Nova Andradina, um dos alvos seria o ex-comandante da Polícia Militar da cidade. Informações obtidas pelo Jornal Midiamax são que ao todo quatro comandantes da Polícia Militar do Estado são alvo da operação.
São alvos da Operação Avalanche: Coronel Haddad, tenente-coronel Carlos Silva, tenente-coronel Dominoni, tenente-coronel Erivaldo, tenente-coronel Souza Lima, e major César da cidade de Coxim. Os mandados de busca e apreensão de prisão são desdobramento da operação Oiketicus.
Máfia dos cigarreiros
A primeira fase da Operação Oiketikus foi desencadeada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) do Ministério Público Estadual e pela Corregedoria Geral da Polícia Militar, em 2018 e levou a prisão cerca de 29 policiais que foram denunciados por corrupção passiva e organização criminosa, por integrarem a chamada “Máfia dos Cigarreiros”.
As investigações iniciaram em abril de 2017 e apontaram que policiais militares de Mato Grosso do Sul davam suporte ao contrabando, mediante pagamento sistemático de propina, interferindo em fiscalização de caminhões de cigarros para que não ocorressem apreensões de cargas e veículos, além de adotarem outras providências voltas para o êxito do esquema criminoso. Os cigarreiros agiam associados desde o início de 2015, estruturalmente ordenados e com divisão de tarefas. As atividades eram desenvolvidas em dois grandes núcleos.
Policiais presos em MS
São eles Admilson Cristaldo Barbosa, Alisson José Carvalho de Almeida, Anderson Gonçalves de Souza, Angelúcio Recalde Paniagua, Aparecido Cristiano Fialho, Claudomiro de Goez Souza, Claiton de Azevedo, Clodoaldo Casanova Ajala, Elvio Barbosa Romeiro, Erick dos Santos Ossuna, Francisco Novaes, Ivan Edemilson Cabanhe, Jhondnei Aguilera, Kelson Augusto Brito Ujakov, Kleber da Costa Ferreira, Lindomar Espindola da Silva, Lisberto Sebastião de Lima, Luciano Espindola da Silva, Maira Aparecida Torres Martins, Marcelo de Souza Lopes, Nazário da Silva, Nestor Bogado Filho, Nilson Procedônio Espíndola, Oscar Leite Ribeiro, Ricardo Campos Figueiredo, Roni Lima Rios, Salvador Soares Borges, Valdson Gomes de Pinho e Wagner Nunes Pereira.
Foram inocentados ou recorreram…
Aparecem na lista dos inocentados Anderson, Claudomiro, Claiton, Clodoaldo, Kleber, Nazário, Nestor, Nilson, Roni, Salvador e Wagner. Os outros foram condenados, mas nem todos respondem pelos mesmos crimes. Dentre eles, Angelucio, Elvio, Erick, Francisco, Ivan, Jhondnei, Lisberto e Valdson tiveram pedidos acatados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e cumprem as condenações em liberdade, com medidas restritivas. (Colaborou Renata Portela)
Confira os nomes dos presos, ex-comandante do DOF Kleber Haddad Lane que consta no portal da transparência como cargo especial de assessoramento com salário de R$ 8 mil, tenente-coronel Carlos Silva, integrante da alta cúpula da Sejusp (Secretaria de Estado Justiça e Segurança Pública) com salário de R$ 23.766, tenente-coronel Wesley Freire de Araújo ocupando cargo com salário de R$ 23.766 , tenente-coronel Josafá Pereira Dominoni nomeado com salário de R$ 22.851, Major Luiz César de Souza Herculano Coxim com salário de R$ 19.464,15,além do tenente-coronel Souza Lima, tenente-coronel Erivaldo José Duarte, que está na reserva com salário de R$ 23.766.
O ex-comandante do DOF, Kleber Haddad, preso na manhã desta sexta-feira (15) durante a deflagração da operação Avalanche ocupou o comando do departamento de 2017 até janeiro de 2019 quando saiu para ocupar cargo de superintendente da Segurança Pública, no Estado.
Outro militar preso, Jidevaldo de Souza Lima já foi condenado a três anos e 10 meses por prevaricação e peculato. Ele era capitão e comandante da Polícia Militar em Amambaí, na fronteira entre Mato Grosso do Sul e Paraguai. Na época, ele foi transferido do local e respondeu por vários crimes, como prevaricação e peculato, sendo condenado na Justiça Militar a cumprimento da pena em regime aberto. O caso transitou em julgado em junho de 2013, mas Jidevaldo foi beneficiado com extinção da pena em fevereiro de 2015, quando passou a ter efeito o indulto de Natal concedido tradicionalmente pela Presidência da República – no caso, o indulto de 2014.
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