Na noite da ultima terça-feira (21), policiais civis da Depac Cepol iniciaram investigação após receberem denúncia sobre a internação de uma criança de 3 anos de idade, com sinais de agressão, na UPA Jardim Leblon. Os policiais foram informados por uma conselheira tutelar que a criança havia sido levada pela mãe e mais um homem e que ambos teriam dito à equipe médica que a criança havia se machucado após cair do berço. Os profissionais desconfiaram da versão, uma vez que a menor apresentava lesões graves inclusive uma fratura exposta em uma das pernas.
Devido à gravidade das lesões, a criança foi encaminhada para a Santa Casa de Campo Grande, onde teve que passar por cirurgia.
No hospital, o médico pediatra plantonista confirmou que a menor apresentava lesões incompatíveis com os fatos narrados pela mãe, detalhando que a vítima apresentava diversas escoriações na face e pescoço já em fase de cicatrização, equimoses em diversas partes do corpo, uma lesão semelhante a uma queimadura na parte interna da virilha esquerda também com sinais de cicatrização e uma fratura exposta na perna esquerda, mais precisamente no osso da tíbia, sendo que o ferimento apresentava considerável sangramento, e esta característica contradizia o relato da mãe de que a fratura teria sido ocasionada na data anterior no momento que a criança caiu de um berço.
Os policiais confrontaram a mãe acerca das informações repassadas e, após diversas contradições, a mesma relatou que as lesões teriam sido causadas pelo padrasto da criança, o mesmo homem que a levou com a criança até a unidade UPA Leblon, detalhando que após deixá-las no local ele provavelmente teria se deslocado até a casa dos pais juntamente com seu outro filho.
Com a confirmação do crime a equipe de investigação se deslocou juntamente com o Delegado plantonista até a residência dos pais do suspeito, no Jardim Santa Emília, onde foi localizado. Ele confessou que por vezes já agrediu a criança e que no último fim de semana chegou a agredi-la com um fio de ventilador, o que teria ocasionado as lesões na face, alegando ainda que a mãe também agride a menor com objetos, inclusive sendo ela a autora da lesão na virilha, porém não saber o motivo da fratura na perna, tendo em vista que saíra para trabalhar no dia anterior e quando chegou já percebeu que ela reclamava de dor na perna.
O suspeito informou ainda que viu o ferimento sangrando somente na terça-feira e então tomou atitude de levá-la para atendimento médico, afirmando que não permaneceu no local pois sabia que constava como evadido do sistema prisional.
Mãe e padrasto receberam voz de prisão e foram encaminhados à Depac Cepol. Nesta quarta-feira a prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva. Eles responderão pelo crime de Tortura.
A criança permanece internada na Santa Casa de Campo Grande e, por não ser possível a localização de demais parentes, uma Conselheira se prestou responsável pelo encaminhamento e designação de um guardião para a menor.