As advogadas de defesa de Marquinhos Trad (PSD), Andreia Flores e Rejane Alves Arruda realizaram uma coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (9), para divulgar o inquérito que corre na 3ª DP (Delegacia de Polícia Civil) de Campo Grande, pelo crime de denunciação criminosa.
Além disso, a coletiva serviu para reiterar o pedido de afastamento da delegada Maira Pacheco, autoridade a frente da investigação de casos de abuso sexual cometido pelo ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad.
“Fizemos um requerimento de instauração de inquérito contra uma pessoa de confiança do candidato ao Governo do Estado Eduardo Riedel (PSDB)”, conta Rejane. Segundo as advogadas, essa pessoa é o grande responsável pela cooptação de mulheres até a DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), para inventarem falsas denúncias contra o candidato Trad.
“Este inquérito já foi instaurado pelo crime de denunciação criminosa perante a doutora Jennifer Araujo, Delegada do 3ª DP. Inclusive, uma das testemunhas já foi ouvida e relatou exatamente o que já tinha dito numa ata notarial, juntada no inquérito policial que corre na DEAM”, confirma a defesa.
O inquérito consta que o depoente contou na delegacia que foi procurado por um candidato concorrente direto a Marquinhos Trad, para auxiliá-lo na campanha. Foi quando outro candidato disse que outra pessoa o procuraria. Essa pessoa seria o o grande responsável pela armação, segundo as advogadas.
“Posteriormente, a testemunhas recebeu a proposta de dois cargos, um salário de R$ 15 mil para ele, e outro de R$ 15 mil para a esposa, além de mais R$ 300 mil em dinheiro com a finalidade de ajudar a destruir politicamente Marquinhos Trad, com o plano de cooptar moças que já tivessem tido de alguma forma um relacionamento com Marquinhos.”, disse o depoente.
“Conforme o documento, Elenilton inicialmente disse não, recebendo outra proposta com um valor maior. R$ 400 mil, mais os dois cargos, o que também foi negado.”, completa a defesa.
Mandado de segurança
“Entramos com uma medida chamada de mandado de segurança no MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). A juíza com muita cautela decidiu que sim e foram reveladas várias pessoas falando que foram cooptadas.”
A defesa conta que no dia 28 de junho, conversas telefônicas entre duas garotas de programa revelam que três mulheres se reúnem com o “responsável pela armação”. Nesta ocasião, as garotas e receberam uma “Proposta top”, segundo elas.
“No dia 13 de junho, elas se encontram em uma casa, onde passam a combinar quantos receberão em dinheiro, mesmo já terem recebido um valor anteriormente. Na data, foi combinado para que, cada entrevista que elas desse, receberiam R$ 1,5 mil. E, caso o nome delas vazassem, elas receberiam R$ 50 mil.”
“Já no dia seguinte, elas combinam o local onde receberão o dinheiro dessa pessoa ligada ao governo, diga-se de passagem”, conclui a defesa, reforçando não haver crimes em nenhuma das denúncias.
Procedimentos
Durante a coletiva, a defesa de Marquinhos conta que entregou ao MPMS o pedido da necessidade de instrução probatória. “A juíza pediu um processo para deferir, pois o mandado de segurança não assegura isso. Informarão ao “Grupo de Atuação Especial de Controle interno da atividade policial”.”
“Delegada será intimada para esclarecer fatos como excessos na busca e apreensão, vazamento de informações. Todavia, informamos para o MPMS o fato responsável pelo controle externo de atividade policial. “Não há interesse na defesa em pedir habeas-corpus, visto que neste inquérito já foram afastadas oito vítimas”, finaliza.
Com informações dos repórteres Willian Leite com Marcos Malluf