A polícia encontrou na manhã deste sábado (09) o corpo das duas vítimas do possível tribunal do crime que aconteceu no bairro Carioca, em Três Lagoas (MS). Os corpos dos indivíduos que estavam desaparecidos foram encontrados em um local de mata fechada próximo a BR-262 com sinais de terem sido queimados e em estado de decomposição.

Uma equipe policial da Força Tática, do 2º Batalhão de Polícia Militar (2ºBPM) realizava patrulhamento pelo local onde as vítimas teriam sido vistas, na proximidade do bairro São João e entraram em vicinais. Em determinado ponto os militares sentiram um odor muito forte e viram os corpos carbonizados, já em fase de decomposição. A perícia técnica foi acionada e está no local.

As investigações realizadas pelo Setor de Investigações Gerais (SIG) da Polícia Civil de Três Lagoas (MS) já havia apontado que as duas vítimas que não conseguiram fugir do cativeiro provavelmente teriam sido mortas e seus corpos levados dali para dificultar os trabalhos de investigação. Cinco pessoas já foram presas acusadas de participação no crime. Os corpos apresentavam marcas de execução.

Três vítimas haviam sido mantidas em cárcere privado desde a tarde do último domingo (03) e, sob acusação de pertencerem a uma facção rival, foram submetidas a um tribunal do crime, sendo que durante esse período, as vítimas passaram por três cativeiros, sempre sob a ameaça de arma de fogo e arma branca.

As três pessoas vieram do estado da Bahia para trabalharem em Três Lagoas, com seus familiares, e passaram a residir no bairro São João, sendo que os três rapazes saíram de casa na tarde do último domingo para participar de festas ali no bairro, quando foram atraídas até uma casa que fica em frente ao campo de futebol. Ao entrarem no imóvel, imediatamente foram rendidos sob ameaça de arma de fogo, estando ali vários integrantes de uma facção criminosa, que passaram a questionar deles se faziam parte da facção rival, isso porque haviam constatado que um parente de uma das vítimas postou foto em rede social, fazendo sinal com as mãos que indicava pertencer à facção rival.

Mesmo negando tal fato, as vítimas foram amarradas e mantidas nesse primeiro cativeiro até a madrugada de segunda-feira (04), sendo a seguir levadas para um segundo cativeiro, ali próximo, onde ficou até a tarde da última terça-feira (05) e, depois, levadas até um terreno onde funciona um deposito de reciclagem, não muito distante do segundo cativeiro, onde seriam executadas.

Ocorre que, uma das vítimas, percebendo o descuido de um dos bandidos, que atendia ao telefone, fugiu com as mãos amarradas e pediu socorro na UPA (Unidade de Pronto Atendimento), quando então a Polícia Militar. Ao chegarem no cativeiro de onde a vítima fugiu, os policiais constataram que ali haviam muitas manchas de sangue e rastros de veículos que deixaram o local, levando as duas vítimas que estavam sendo mantidas em cárcere privado.