O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (22.fev.2020) que decidiu “implodir” o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) e que demitiu toda a diretoria do órgão.
“Implodi o Inmetro. Implodi. Mandei todo mundo embora. Por quê? Há poucos meses assinaram portaria para trocar tacógrafos. Em vez de ser o normal que está aí, inventaram 1 digital. Ele é aferido de 2 em 2 anos. Passaram para 1. Mandei acabar com isso aí”, disse, na porta de 1 supermercado no Guarujá (SP), o qual Bolsonaro visitou na manhã deste sábado (22.fev).
O Inmetro é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Economia, responsável por executar políticas nacionais de metrologia, fiscalizar o cumprimento de normas técnicas, métodos e instrumentos de medição e unidades de medida.
O tacógrafo é 1 instrumento que indica e registra dados sobre a condução dos veículos, como distância percorrida, velocidade desenvolvida e tempos de parada e direção.
A crítica do presidente é à portaria do órgão que, em 20 de agosto de 2019, estabeleceu regra para padronização de sensores de velocidade utilizados em taxímetros. Eis a íntegra da portaria (81 KB). A norma apontava problemas na segurança e na eficácia do sistema atual como motivos para a mudança. O prazo para adequação era até novembro de 2021, 2 anos depois da vigência da portaria, que havia entrado em vigor em novembro de 2019. Segundo Bolsonaro a medida já foi mudada.
“Não estou acusando ninguém de estar fazendo nada errado, mas digamos que tiramos mais pelo excesso de zelo. Isso que complicou para eu engolir essa iniciativa deles”, afirmou
Segundo Bolsonaro, a portaria iria prejudicar taxistas e por isso decidiu “cortar a cabeça de todo mundo”.
“Começou no Rio, não sei se veio para São Paulo, trocar todos os taxímetros. Mas por quê? R$ 400,00 cada 1. Os tacógrafos são 1.900. Multiplique por milhões de veículos que mexem com tacógrafos. Táxi só no Rio são 40 mil”, disse. “Não temos que atrapalhar a vida dos outros. É facilitar a vida de quem produz. Os novos taxímetros, faça diferente. Os novos tacógrafos, tudo bem. Agora, tirar do pessoal e trocar, não. Então, o que eu tenho que fazer? Implodir. Cortar a cabeça de todo mundo pra sentir que mudou o governo”, completou.
Segundo Bolsonaro, a presidente do Inmetro e “uma meia dúzia da diretoria” foram demitidos. Na última 2ª feira (17.fev.2020), a demissão de Angela Flores Furtado, então presidente do Inmetro, foi publicado no Diário Oficial da União. Ela foi substituída pelo coronel do Exército Marcos Heleno Guerson de Oliveira Júnior.
“Inmetro estava inventando também para imprensa que eu botei 1 coronel. Não é 1 coronel, é 1 cara formado pelo IME [ Instituto Militar de Engenharia]“, disse.
Além da presidência, o Inmetro é composto por 6 diretorias:
Diretoria de Administração e Finanças;
Diretoria de Avaliação da Conformidade;
Diretoria de Metrologia Aplicada às Ciências da Vida;
Diretoria de Metrologia Científica e Tecnologia;
Diretoria de Metrologia Legal;
Diretoria de Planejamento e Articulação Institucional.
FOLGA DE CARNAVAL
De folga por causa do feriado de Carnaval, o presidente foi passar os dias de descanso no Forte dos Andradas, em Guarujá (SP), no litoral paulista. Embarcou para o local nesta 6ª feira (21.fev.2020) acompanhado de sua filha Laura e do deputado Hélio Lopes (PSL-RJ), amigo de longa data. Deve permanecer na região até 5ª feira (27.fev.2020).
Segundo Bolsonaro, a primeira-dama não foi passar o feriado com ele por ter de fazer uma cirurgia. “Vai fazer uma pequena cirurgia, coisa de mulher. Nem me pergunte [o que é], que eu não vou falar o que é. Está lá em Brasília, com familiares”, afirmou.
O forte é sede da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea do Exército. O mesmo local foi utilizado pelo presidente durante o recesso de janeiro e em outras ocasiões no ano passado, também para períodos de descanso. A unidade militar dá acesso a uma praia privada.
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